Fenômeno ligado às mudanças climáticas, a expressão designa o aumento da temperatura média dos oceanos e da superfície do planeta.
Sua origem está diretamente relacionada à concentração de gases na atmosfera, cujo efeito é retenção de calor – o chamado efeito estufa.
De acordo com a Organização Meteorológica (OMM), o aumento de temperatura verificado nos últimos 50 anos alcançou recordes absolutos e vem apresentando uma sucessão de anos cada vez mais quentes desde 1995. A última década (entre 2000 e 2010) foi a que registrou as temperaturas mais altas desde que os cientistas começaram a fazer registros meteorológicos, em 1850. A taxa de aumento entre os anos 2001 e 2005 chegou a 0,95°C. A OMM estima que 2010 poderá entrar para história graças a uma série de altas recordes registradas em todo o globo, combinada com o número elevado de queimadas e incêndios florestais. No Paquistão, por exemplo, os termômetros marcaram 53,5°C em maio, enquanto a Rússia registrou 44°C no mês de julho – período em que a média histórica costumava ser de 30°C.
Os números corroboram os dados do mais recente relatório do Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas (IPCC), que indicam um aumento médio global das temperaturas entre 1,8°C e 4°C até o final deste século. No pior dos cenários, esse aumento pode chegar a 6,4°C, caso a população e a economia não adotem políticas efetivas de diminuição da emissão de gases de efeito estufa. O sinal mais evidente do aumento de temperatura, segundo o IPCC, será a alteração na frequência e na intensidade dos eventos climáticos extremos, como ondas de frio e calor, tempestades violentas, enchentes e secas.
Para o Brasil, o cenário é de um aumento médio de 2°
C a 8°C entre 2071 e 2100, o que poderia provocar a desertificação de 15,7% da região nordeste e a redução de até 60% das áreas aptas ao plantio de soja nas regiões centro-oeste e sul.
Em seu relatório “Desenvolvimento Mundial 2010: Desenvolvimento e Mudança Climática”, o Banco Mundial afirma que o aquecimento global pode levar à extinção da floresta amazônica e uma escassez de água que afetará 77 milhões de pessoas na América Latina e Caribe, até 2020. O impacto mais desastroso será sobre a Amazônia, que corre o risco de se transformar em uma imensa “savana”, com vegetação rala e grandes descampados. A Cordilheira dos Andes também está ameaçada – os cientistas do Banco Mundial acreditam que parte das geleiras poderá derreter, provocando a escassez de água para toda a população andina. A extinção dos arrecifes do Caribe e a maior incidência de furacões no Golfo do México são outros efeitos apontados pelo relatório da instituição.
[INSTITUTO AMANHÃ. Guia Sustentabilidade: Meio Ambiente. Porto Alegre – RS, 2010.]